Existe ainda por parte de alguns humanos a ideia que só ao homem pertence o privilégio das emoções e que dizer que um de nós está feliz ou com medo é humanizar, e que "os cães são cães". Por outro lado, muito facilmente são usados adjetivos humanos negativos, dizendo que “o cão é teimoso”, que “o cão é ciumento”, que “é preguiçoso”, que “é mau”, e nestes casos a questão da humanização, ou antropomorfismo, já não se coloca.
Graças ao trabalho de vários cientistas, entre eles o Dr. Marc Bekoff e a Dr. Alexandra Horowitz, estas questões estão a ser clarificadas e desmistificadas. Não estando dentro da nossa cabeça, ainda assim podem dizer que sim, as emoções fazem parte de nós cães, tal como de outros animais que não humanos (isto dava para uma longa conversa). Tristeza, medo, alegria, excitação, prazer, frustração e ira são algumas das emoções que foi possível comprovar nos cães através do trabalho do Dr. Gregory Berns, assim como a nossa capacidade de identificar e responder às emoções dos humanos. São as emoções que definem as memórias dos humanos; a percepção do que os rodeia é também influenciada pelo seu estado emocional, afectando a construção da própria realidade. Como apresentado no livro de António Damásio “O Erro de Descartes”, os humanos dependem das emoções para as suas decisões e escolhas futuras que são baseadas em marcadores emocionais (ver o trabalho de António Damásio sobre marcadores somáticos). Em conclusão, os humanos não podem separar a emoção da razão, e se isto é verdade para eles, também o é para nós cães que com eles partilhamos a nossa vida e as nossas emoções. R&P
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